quarta-feira, 27 de junho de 2012

A IMPORTÂNCIA DO AQUECIMENTO



A IMPORTÂNCIA DO AQUECIMENTO

Definição - O aquecimento consiste em um conjunto de exercícios, ou de movimentos, que se realiza antes de executar uma atividade ou treinamento para estabelecer um estado desejável de preparação das capacidades física, psíquica e técnica do praticante.
O aquecimento é tão essencial e benéfico para quem faz exercícios, que é indispensável incorporá-lo em nossas atividades físicas. Ele evita e previne lesões graves, atuando também contra as dores no corpo.
O principal objetivo do aquecimento é preparar o organismo para o esporte, seja em treinamento, na competição ou no lazer. Ele visa obter o estado ideal psíquico e físico, a preparação para os movimentos e principalmente prevenir as lesões.
Existem dois tipos de aquecimento: o geral e o específico. O aquecimento geral deve possibilitar um funcionamento ativo do organismo como um todo. Para isso devemos fazer exercícios que utilizam os grandes grupos musculares. Correr é um bom exemplo.
Já o aquecimento específico utiliza exercícios específicos para uma determinada modalidade. Aqui, os exercícios devem utilizar a musculatura exigida no esporte que será feito em seguida. Nota-se que o aquecimento específico deve ser feito após o aquecimento geral. 

      I.    O aquecimento geral:
Os principais objetivos fisiológicos do aquecimento geral são: obter um aumento da temperatura corporal, da temperatura da musculatura e preparação do sistema cardiovascular e pulmonar para a atividade e o desempenho.
Devemos elevar a temperatura corporal, pois ao atingir a temperatura ideal, as reações fisiológicas importantes para o desempenho motor ocorrem nas proporções adequadas para aquela determinada atividade.
A velocidade do metabolismo aumenta em função da temperatura, aumentando 13% para cada grau de temperatura. O aumento da irrigação dos tecidos garante um melhor suprimento de oxigênio e substratos ao tecido. Quando o metabolismo está alto, torna as reações químicas mais rápidas e mais eficientes.
No lado preventivo, o aumento da temperatura resulta em uma redução da resistência elástica e da resistência do atrito. A musculatura, os ligamentos e os tendões tornam-se mais elásticos tornando-se menos suscetíveis a lesões ou rupturas.
Há também modificações importantes nas articulações, devido a uma série de mecanismos. As articulações aumentam a produção de líquido sinovial -o líquido que fica dentro das articulações- tornando-se mais resistentes à pressão e a força.
    II.    Aquecimento específico:
O aquecimento específico deve ser realizado após o aquecimento geral. Este tipo de aquecimento é fundamental nas modalidades esportivas coordenativas. Consiste em exercícios que se assemelham tecnicamente aos que serão executados na atividade posterior.
Deve conter exercícios de alongamento e relaxamento que funcionam como profilaxia de lesões, além de garantir um bom alongamento da musculatura que será trabalhada.
Com exercícios direcionados aos principais grupos musculares da atividade, há um redirecionamento sanguíneo para estas regiões, tornando-as mais irrigadas e supridas de oxigênio. Isto porque o aumento da temperatura corporal não é proporcional ao aumento da temperatura muscular. Existe uma diferença na velocidade de aumento destas temperaturas.
   III.    Fatores que influenciam no aquecimento:
1.    Idade: Variação do tempo e da intensidade de acordo com a idade. Quanto mais velha é a pessoa, mais cuidadoso e gradual o aquecimento deve ser, ou seja, mais longo.
2.    Estado de treinamento: Quanto mais treinada é a pessoa, mais intenso deve ser seu aquecimento.  Deve ser ajustado para cada pessoa e para cada modalidade. É indicado nunca fazer atividades ou exercícios os quais não se está acostumado.
3.    Disposição Psíquica: A falta de motivação reduz os efeitos do aquecimento.
4.    Período do dia: Pela manhã o aquecimento deve ser mais gradual e mais longo e durante à tarde o aquecimento pode ser mais curto. Já a noite deve ter características similares ao da manhã.
5.    Modalidade esportiva: Deve ser realizado de acordo com a modalidade praticada. Neste ponto ainda devemos prestar atenção nas características individuais do esporte.
6.    Temperatura ambiente: Em tempos quentes o aquecimento deve ser reduzido, em dias frios ou chuvosos o tempo do aquecimento deve ser alongado.
7.    Momento do Aquecimento: O intervalo ideal entre o final do aquecimento e o inicio da atividade é de 5 a 10 minutos.
O efeito do aquecimento perdura de 20 a 30 minutos. Após 45 minutos a temperatura corporal já retomou sua temperatura de repouso.

  IV.    Efeitos Fisiológicos do Aquecimento:
            O aquecimento atua principalmente na transição do organismo do estado de repouso para a atividade promovendo:
·         A eficiência metabólica aumentando a velocidade das reações bioquímicas;
·         Prevenindo lesões nos tendões, ligamentos e nos músculos;
·         Reduzindo o tempo necessário para se atingir o steady-state;
·         Diminuindo a viscosidade sanguínea;
·         Aumentando a velocidade de contração e relaxamento muscular;
·         Melhorando o abastecimento de oxigênio;
·         Aumento da frequência cardíaca;
  • Elevação da pressão arterial: explica-se por um lado pelo aumento da quantidade necessária de sangue em circulação e pelo crescimento correlativo do volume cardíaco e, por outro lado, em razão de um aumento da resistência periférica, vaso constrição periférica, todos os vasos cutâneos "diminuem-se" a fim de que o sangue necessário seja colocado, sobretudo à disposição da musculatura que trabalha.
  • Vaso dilatação dos condutores sanguíneos;
  • Aumento da frequência respiratória. A frequência e profundidade da respiração aumentam a fim de suprir o aumento da necessidade de oxigênio da musculatura em ação e simultaneamente eliminar o dióxido de carbono resultante;
·         Intensificação das trocas respiratórias;
·         Sobre a musculatura: Induz o aumento da irrigação sanguínea da musculatura em ação; esse aumento e o calor produzido pelo trabalho muscular elevam a temperatura de todo o organismo e do próprio músculo, o que leva a uma diminuição da viscosidade - atritos internos da musculatura -, e com isso favorece a velocidade de contração e descontração da mesma. Os músculos, tendões e os ligamentos tornam-se mais elásticos e estirados o que leva a uma diminuição do risco de distensão e contusões.

           

terça-feira, 6 de março de 2012

QUALIDADE OU CAPACIDADE FÍSICA

QUALIDADE OU CAPACIDADE FÍSICA

Qualidade ou Capacidade Física pode ser definida como todo atributo "treinável" de um organismo, ou seja, passível de adaptações. Toda adaptação envolve uma qualidade física.

I - QUALIDADES FÍSICAS PRIMÁRIAS:
 

As qualidades físicas primárias dependem basicamente do sistema músculo-esquelético. Possuem um componente nato ou genético.

1. Velocidade - É a qualidade física particular do músculo e das coordenadas neuromusculares que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos que, em seu encadeamento, constituem numa só e mesma ação, de uma intensidade máxima e de duração breve ou muito breve. Pode ser de três tipos:

a. Velocidade de reação
b. Velocidade de deslocamento
c. Velocidade dos membros

2. Força - É a qualidade física que permite um músculo ou grupo de músculos produzir tensão e vencer uma resistência na ação de empurrar, tracionar ou elevar. Pode ser de três tipos:

a. Força Dinâmica;
b. Força Estática;
c. Força Explosiva.

3. Resistência - É a qualidade física que permite um esforço proveniente de exercícios prolongados, durante um determinado tempo. Pode ser de três tipos:

a. Resistência aeróbica - é definida como sendo uma qualidade física que permite a um atleta sustentar por um período longo de tempo uma atividade física relativamente generalizada em condições aeróbicas, isto é, nos limites do equilíbrio fisiológico denominado "steady-state".

"Steady State" - Sustentar por um período longo uma atividade nos limites do equilíbrio de O2. O desenvolvimento da capacidade aeróbica de um indivíduo provoca desenvolvimento da capacidade funcional do coração; aumento da capacidade muscular de queimar açúcares e gorduras; melhoria no transporte de 02; aumento do coração; aumento dos glóbulos vermelhos (número); redução da massa corporal e redução da FC de repouso.

b. Resistência anaeróbica - Permite ao atleta sustentar a atividade em débito de 02. A principal variável é o tempo. O objetivo é resistir a uma solicitação superior ao "Steady-State", mantendo a velocidade e o ritmo apesar do crescente débito de O2. Provoca fadiga bioquímica e neuro-muscular.

c. Resistência muscular localizada - Permite ao atleta realizar num tempo maior possível a repetição de um movimento com a mesma eficiência. Permite a continuação do esforço tanto em condições aeróbicas quanto anaeróbicas. Depende da duração do esforço para determinados grupos musculares. Provoca fadiga periférica (circulatória e motriz) e também fadiga nervosa.

4. Flexibilidade - É a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações. É a amplitude de movimento. Depende da mobilidade articular e elasticidade muscular. O sexo feminino e as crianças são mais flexíveis. É uma característica corporal pessoal. Deve ser treinada em sessões freqüentes e com aquecimento prévio.

5. Agilidade - É a qualidade física que permite mudar a direção do corpo no menor tempo possível. Conhecida como velocidade de "troca de direção". Para a agilidade, a flexibilidade é importante.

II - QUALIDADES FÍSICAS CENTRAIS:

As qualidades físicas centrais são aquelas que dependem da integração do sistema músculo-esquelético com o Sistema Nervoso Central (S.N.C.).

1. Coordenação motora - É a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e a execução, levando-o a integração progressiva de aquisições, favorecendo-o a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na seqüência de movimentos com um máximo de eficiência e economia.

2. Rítmo - É a qualidade física explicada por um encadeamento de tempo, dinâmico-energético, uma mudança de tensão e repouso, enfim, uma variação regular de repetições periódicas. A sensibilidade ao ritmo é importante para novas performances. Lembrar que cada pessoa possui um ritmo diário próprio que deve ser levado em consideração na preparação do treinamento.

3. Descontração - É a qualidade física compreendida como um fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão na musculatura esquelética. Pode ser de dois tipos:

a. Descontração total - treinadas em processos psicológicos.

b. Descontração diferencial - os grupos musculares não exigidos durante uma atividade devem relaxar (economia energética).

4. Equilíbrio - É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. Pode ser de três tipos:

a. Equilíbrio dinâmico.
b. Equilíbrio estático.
c. Equilíbrio recuperado.